Integrando a série de concertos Sinfônica ao Meio-Dia, a Fundação Clóvis Salgado, por meio da Orquestra Sinfônica e do Coral Lírico de Minas Gerais, apresenta de forma on-line e gratuita uma apresentação inédita. Nos dias 22 e 23 de fevereiro (terça e quarta-feira), ao meio-dia, os dois Corpos Artísticos homenageiam Heitor Villa-Lobos, um dos nomes mais icônicos da história da música e da cultura brasileira. O repertório conta com 3 obras do compositor: Verde Velhice, Suite Nº 2, e, por fim, o Coral Lírico junta-se à Orquestra Sinfônica para interpretar Magnificat-Alleluia, com solo da mezzo soprano Aline Lobão. A regência será do Maestro Assistente da OSMG André Brant, e o concerto ocorre no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, sem a presença de público no local, mas com transmissão simultânea ao vivo pelo Canal da FCS no YouTube.
O concerto marca a primeira vez na qual a Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico reúnem-se após o início da pandemia da Covid-19. Para o Maestro Assistente da OSMG, André Brant, o concerto também ficará marcado, já que o regente comandará uma apresentação dos dois corpos artísticos em conjunto pela primeira vez. “Pessoalmente, será uma experiência extremamente importante para mim. Apesar de ser meu terceiro ano na Orquestra Sinfônica, a pandemia veio após um mês e meio da minha chegada. Portanto, em decorrência de todo o tempo que ficamos parados, pode-se dizer que eu ainda sou um novato e estou fazendo os meus primeiros concertos. Esta será a primeira vez que vou reger a Orquestra e o Coral Lírico. Será uma experiência muito interessante e emocionante para mim”, relata.
Magnitude e notoriedade de Villa-LobosCompositor, maestro, pianista e violonista, Heitor Villa-Lobos está marcado na cultura e na música nacional, sendo um dos nomes brasileiros mais reverenciados e conceituados em todo o mundo. Sua relevância permanece, principalmente, como a principal personalidade do movimento modernista no Brasil. Apesar de várias de suas composições completarem cerca de um século de realização, suas obras continuam aclamadas e apresentadas em todas as partes do mundo. “Ele é disparado o nosso compositor mais importante. Talvez seja o principal nome do nacionalismo musical. Era um compositor extremamente exuberante, genial e prolífico. Ele inventou um certo tipo de música brasileira, pegando um pouco do choro, das bachianas, da música popular e de câmara, de matrizes africanas e indígenas, de óperas e até do folclore. É uma obra muito grande que até hoje tem que ser mapeada e editada. Villa-Lobos era realmente um compositor fora do parâmetro”, explica o Regente Assistente do Coral Lírico de Minas Gerais, Augusto Pimenta.
Obras raras e valiosasO repertório do concerto conta com três obras que possuem particularidades distintas e atrativas. “A primeira obra, Verde Velhice, é um divertimento, que é uma peça curta bastante interessante. A segunda obra, Suíte Nº 2, é um conjunto de danças. As suítes, no final do século XIX, eram compostas por minuetos, gigas (um tipo de dança barroca popular originária da frança) e outras formas de danças europeias, e, essa suíte de Villa-Lobos termina como uma macumba, que é uma coisa bem brasileira e interessante de conferir. A última peça que vamos apresentar será a Magnificat-Alleluia, que é uma composição que o Coral Lírico já apresentou e tem familiaridade. Essas três obras, sem dúvida, vão compor um concerto extremamente interessante”, cita André Brant.
Para Augusto Pimenta, tais composições são raras de serem apresentadas em espetáculos, além de que a obra de Villa-Lobos é extremamente abrangente e há muito a ser descoberto. “Villa-Lobos possui uma obra muito grande e variada. Verde Velhice e Suíte Nº 2, por exemplo, são peças raras. Se não me engano, foram executadas apenas uma vez no Palácio das Artes. Ele escreveu muita coisa, e era até confuso. Portanto, até hoje, o Museu Villa-Lobos tem o trabalho de recuperar suas partituras, pois, muitas delas, ainda estão em formato de manuscrito e precisam ser editadas”.
Para o regente do CLMG, apresentar as obras do compositor é profundamente significativo para manifestar a magnitude e a grandiosidade da nossa cultura. “É muito importante revisitar essas obras de grandes artistas que marcaram o último século no Brasil. Artistas como o Villa-Lobos refundaram a ideia de fazer arte nacional, oferecendo soluções ricas e variadas, e, por isso, são reconhecidos até hoje. Esse tipo de trabalho merece uma revisita. Isso faz bem para a nossa cultura”, celebra Augusto.
Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais e Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam a série Sinfônica ao Meio-Dia, que tem correalização da APPA – Arte e Cultura, patrocínio master da Cemig, ArcellorMittal, Instituto Unimed-BH¹, AngloGold Ashanti e Usiminas, por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura.
A Fundação Clóvis Salgado é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo.
Orquestra Sinfônica de Minas GeraisConsiderada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais em 2013. Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, a partir da realização dos projetos Concertos no Parque, Concertos Comentados, Sinfônica ao Meio-dia, Sinfônica em Concerto, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, além de grandes sucessos da música popular. Seu atual regente titular é Silvio Viegas.
Coral Lírico de Minas GeraisCriado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais recebeu o título de Patrimônio Histórico e Cultural do Estado em janeiro de 2019. Interpreta repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Além de integrar as temporadas de óperas da FCS, participa das séries Lírico ao Meio-dia, Lírico em Concerto, Lírico Sacro e Sarau Lírico. O Coral Lírico de Minas Gerais teve como regentes os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu Miranda Gomes, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Ângela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda, Márcio Miranda Pontes e Lincoln Andrade, sendo Lara Tanaka sua atual regente.
André Brant | Regente Assistente da OSMGNatural de Belo Horizonte, André Brant formou-se bacharel em regência na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na classe dos professores Charles Roussin e Silvio Viegas. Formou-se mestre em regência orquestral e correpetição na Hochschule für Musik (Escola de Música) de Dresden, na Alemanha, na classe de Christian Kluttig e de Stefen Leißner. Tem se destacado atualmente como regente e pianista acompanhador em produções operísticas, dentre as quais: “Cosi fan Tutte” de Mozart, “Falstaff” de Verdi, “Das Tapfere Schneiderlein” de Mitterer, “Hänsel und Gretel” de Humperdinck; “Livietta e Tracollo” de Pergolesi e “Rita” de Donizetti, “O Segredo de Susanna” de Wolf-Ferrari, “La Cambiale di Matrimonio” de Rossini dentre outras. Em 2014, foi bolsista do 45° festival de inverno de Campos de Jordão. Já realizou masterclasses de regência com renomados maestros dentre os quais: Jorma Panula, John Neschling, Robert Spano, Lanfranco Marceletti, Marin Alsop, Giancarlo Guerrero, Osvaldo Ferreira dentre outros. É o diretor musical da Cia Mineira de Ópera. Desde 2016 é professor e regente na Escola de Música do Cefart, onde atua como regente titular do Coral Infantojuvenil e da Orquestra Jovem, bem como coordena a disciplina Ópera Studio. Desde 2020 é o regente assistente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.
Augusto Pimenta | Regente Assistente do CLMGBacharel em Regência Coral e Orquestral pela Universidade Federal de Minas Gerais. Regeu os corais Voar (Infraero), CREA-MG e o Projeto Khronos Música Coral, entre outros. Regeu o Coral e a Orquestra de Câmara da Universidade Federal de Lavras (2011-2015), onde participou da fundação dessa mesma orquestra. Em 2016, ingressou na pós-graduação da Escola de Música/UFMG. Atualmente, rege o grupo “Canção das Iluminuras”, que se dedica à música renascentista e é regente assistente do Coral Lírico da Fundação Clóvis Salgado.
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