Novo livro da coleção 'BH. A Cidade de Cada Um' aborda a região de Venda Nova

Pouco antes do antigo Curral del Rey ganhar forma e da histórica Ouro Preto ser inaugurada, a região de Venda Nova pulsava há muito como um organismo vivo, capaz de alimentar a curiosidade e a fome de tropeiros e coronéis do século XVIII. Ao resgatar uma rede de histórias da época da Coroa até hoje, que envolve um time de futebol quase centenário, figuras emblemáticas como Padre Pedro Pinto, e lendas de arrepiar, como o Capeta da Vilarinho, o livro “Venda Nova”, do historiador Bruno Viveiros Martins, estampa a 35º título da coleção “BH. A Cidade de Cada Um”. A publicação da Conceito Editorial será lançada neste sábado (27), a partir das 11h, na Livraria Ouvidor Savassi, com sessão de autógrafos do autor. Na ocasião, exemplares do livro serão vendidos a R$25.

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Por quase três séculos, Venda Nova pertenceu à Sabará, Santa Luzia e Ribeirão das Neves, antes de ser anexada à capital Belo Horizonte, em 1948. Durante o Brasil Império, a região desempenhou um importante papel político, comercial e religioso. O sucesso entre tropeiros e viajantes correu de boca em boca devido às inúmeras vendas que se instalaram por seu território — daí o nome da região — muitas delas de propriedade de portugueses, oferecendo desde a fartura de mantimentos, como arroz, feijão e toucinho, até produtos utilitários raros para a época, como querosene e couro. “Queria entender como um arraial fundado no século XVIII passou a fazer parte de uma capital planejada e inaugurada no século XIX. Ou seja, enquanto Venda Nova possui mais de 300 anos de história, Belo Horizonte tem pouco mais de 120 anos de existência”, comenta o autor do livro, Bruno Viveiros Martins.

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Puxado por esse fio histórico, a partir de relatos de personagens que contam das próprias memórias as vivências da região, desde pessoas comuns até nomes mais reconhecidos de Venda Nova, como a dupla Neyde & Nancy, o chargista Duke e o humorista Geraldo Magela “Ceguinho”, o livro de Bruno Viveiros percorre desde os tempos do Império até a modernidade. A narrativa investiga figuras como Padre Pedro Pinto, o primeiro cidadão a conseguir habilitação para dirigir em Belo Horizonte, conhecido por ser um eloquente orador caridoso; até referências que se tornaram tradicionais na contemporaneidade, como o Baile da Saudade, que explodiu a cultura black soul por toda a capital mineira sob a influência de Toninho Black, e a Quadra da Vilarinho, famosa por abrigar a história da aparição de um Capeta, que rendeu notícia até no exterior, em publicação do jornal “The New York Times”.

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"Falo também dos armazéns, mercearias e mercadinhos que fazem parte da história de Venda Nova; do amor pelo esporte, a exemplo do futebol amador, do ciclismo e das corridas de cavalo; da luta dos moradores por melhores condições de vida, como o acesso à educação pública a partir de colégios como o Santos Dumont e o GETECO; da defesa das áreas verdes e espaços de sociabilidade pública, como o Parque Serra Verde, o Centro Cultural Venda Nova e o Centro de Memória Regional”, lista o autor.

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Sobre o autorO historiador Bruno Viveiros é doutor em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisador do “Projeto República: Núcleo de Pesquisa, Documentação e Memória” da UFMG e professor do Centro Universitário Estácio de Belo Horizonte. Bruno nasceu e cresceu em Venda Nova como morador raiz da região. Foi campeão de futebol de botão de sua rua, no bairro São João Batista, e aluno das Escolas Municipais Antônia Ferreira e Geraldo Teixeira da Costa. Ele é autor do livro “Som Imaginário: a reinvenção da cidade nas canções do Clube da Esquina” (Editora UFMG, 2009), e produtor e apresentador do programa “Decantando a República”, da Rádio UFMG Educativa (104,5 FM).

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“BH. A Cidade de Cada Um”Desde setembro de 2004, a coleção "BH. A Cidade de Cada Um" vem construindo a memória afetiva da cidade por meio de textos literários escritos por pessoas de diversas gerações, escolhidas por sua grande identificação com os temas trabalhados. Tendo como ponto de partida suas vivências pessoais, eles falam sobre bairros, lugares, fatos e personagens diversos, sem o compromisso de se prenderem à história oficial, gerando grande empatia entre os moradores e admiradores da capital mineira.

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