Fotos: Wanderley Dutra
No dia 14 de abril, quinta, estreia "Death Lay – na vida tem jeito pra tudo", novo trabalho do Grupo Oriundo de Teatro. Em cena, a atriz Anna Campos reflete, a partir de relato autobiográfico, sobre o direito de viver e de morrer com dignidade no Brasil. A temporada de estreia segue até 24 de abril, sempre de quinta a domingo, às 20h, no Teatro II do Centro Cultural Branco do Brasil (CCBBBH). Aos sábados, 16 e 23 de abril, as sessões são seguidas de bate-papo e com tradução em Libras. Os ingressos custam R$30 e R$15 (meia) e podem ser adquiridos na Bilheteria do Teatro ou online pelo site www.bb.com.br/cultura
Desde então, Anna não entrava em um processo criativo teatral e nem podia estar em turnês do grupo, para cuidar da mãe e dos filhos - que na época ainda eram pequenos. Agora, em 2022, a atriz retorna aos palcos com seu primeiro trabalho solo. "Existe a dificuldade de falar sobre o tema com ética e, também, não quero dar uma opinião conclusiva. Falo do meu ponto de vista sobre a convivência com minha mãe, sobre questões legais, sentimentais e religiosas. Em cena, pergunto: vocês enxergam essas pessoas? A religião enxerga? O Estado? Existe um tabu muito grande em se falar sobre o assunto e um abandono ainda maior do poder público. As pessoas não têm a real dimensão do que é estar ao lado de alguém em estado vegetativo permanente, que vai passar o resto da vida sob sua responsabilidade", reflete.
Em "Death Lay - na vida tem jeito pra tudo", Anna Campos enquanto Anna busca um 'death lay' perfeito, sua mãe é uma presença ausente. Na trama, Anna divide a cena com um mastro de pole dance e com uma boneca - criada pelo artista plástico Eduardo Félix do Pigmalião Escultura que Mexe, e que traz, em tamanho real, as feições da mãe da atriz. Duas mulheres em suspensão entre a consciência e a inconsciência, entre a realidade e a ficção. A vida e a morte. Mãe e filha unidas e separadas pelo estado vegetativo de uma delas. "Death Lay significa morte no leito e é um movimento do pole dance, de alta complexidade. Você se mantém presa no topo do mastro, somente pela força da coxa. É perigoso e arriscado, exige muita força para manter o tronco ereto e não cair", explica a atriz que há 11 anos pratica o esporte.
O espetáculo lança mão, ainda, de "documentos-memórias" – áudios, fotos, vídeos e objetos pessoais – além de recursos do metateatro, que fundem tempos e espaços. "Tudo foi feito com muito cuidado. A situação envolve pontos que a sociedade brasileira parece não querer discutir", explica o diretor Antonio Hildebrando. Ele conta que, para chegar à cena, foram muitas conversas, pesquisas sobre o tema, seleção de imagens, documentos e objetos pessoais de Anna e de sua mãe. "Muito choro e, também, algumas gargalhadas como quando 'conhecemos' a Dra. Aurora de Glasgow, personagem que certamente surpreenderá os espectadores", garante o diretor que ainda assina a dramaturgia do espetáculo.
Anna Campos conclui que "o direito de morrer é um assunto que tem que entrar em pauta. Todos nós vamos morrer e a gente não sabe como vai ser esse processo. Aqui abrimos uma brecha para se discutir o direito de morrer com dignidade. Isso faz da peça algo universal, que pode tocar o público. Minha mãe não pode fazer essa escolha, mas mesmo consciente, em algum tipo de doença irreversível, ela não poderia, já que a legislação brasileira não permite", afirma.
FICHA TÉCNICA
Atuação: Anna Campos; texto: Anna Campos e Antonio Hildebrando; estrutura dramatúrgica e direção: Antonio Hildebrando; assistência de direção: Isabela Arvelos; confecção de Boneca: Eduardo Felix; concepção de Figurino: Eduardo Felix; trilha Sonora: Luiz Rocha; músicas originais: Isabela Arvelos; desenho de Luz: Enedson Gomes; cenotécnico: Ivanil Fernandespreparação vocal: Isabela Arvelos; preparação corporal: Jadson Caldeira; consultoria de manipulação: Liz Schrickte; Assessoria de imprensa: Beatriz França e Cristina Sanches; vídeo-arte e designer gráfico: Fabiano Lana; fotografia: Wanderley Dutra; coordenação de produção: Enedson Gomes; produção: OLÁ; produção executiva: Enedson Gomes e Isabela Arvelos; realização: Grupo Oriundo de Teatro.
CIRCUITO LIBERDADE
O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.
SERVIÇO
Estreia "Death Lay – na vida tem jeito pra tudo" no CCBB BH
14 a 24 de abril, quinta a domingo, às 20h (tradução em Libras aos sábados, 16.04 e 23.04)
Classificação indicativa 14 anos | Gênero: Drama
Ingressos na bilheteria do teatro a R$30,00 (inteira) R$15,00 (meia)
Pelo site www.bb.com.br/cultura ou pelo Eventim – www.eventim.com.br
Mais informações: 31 3431 9400
Nas redes sociais @ccbbbh e do grupo @grupooriundodeteatro
SAC 0800 729 0722 – Ouvidoria BB 0800 729 5678
Deficientes Auditivos ou de Fala 0800 729 0088
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