Este ano mudou a história do mundo. De uma hora para outra nos vimos obrigados a rever nossa vida e todos os setores da cultura tiveram que se adaptar a uma nova realidade. E, com certeza, um dos meios que mais foram afetados foi o teatro. Mas como arte é resiliência e inquietação, um grupo teatral situado em Colônia (Alemanha) percebeu que essa também poderia ser a hora de se expressar, e sentindo que a discussão sobre criar em tempos de pandemia é muito forte e necessária, criaram a peça virtual Revoluções Tropicalistas: uma experimentação cênica.
A concepção do espetáculo nasceu em formato digital, e sem encontros presenciais, desde o início, já que a Alemanha enfrentava lockdown e quarentenas estendidas. Mesmo assim, o grupo, que partilha o interesse pela língua portuguesa e pela cultura lusófona, resolveu em junho de 2020 contar essa história no meio da pandemia.
Mas como manter a teatralidade inerente ao texto estando a um palmo de uma câmera? Começaram longos ensaios diários, estudos de texto, pesquisa de linguagem, e junto com tudo isso o medo da capacidade de se adequar a tantas mudanças. Mas o medo deu vazão à vontade de criar. Foram três meses de preparação, onde todos os participantes se debruçaram em pesquisa, levantando todo o tipo de material sobre a Tropicália: de livros a documentários, passando por músicas e filmes da época, além de entrevistas e conversas informais com pessoas que viveram o movimento.
Revoluções tropicalistas: uma experimentação cênica é encenada por onze atores, de diferentes origens e nacionalidades. Aproveitando-se da vantagem do encontro virtual, enquanto a maioria dos participantes reside em Colônia, na Alemanha, o experimento também conta com atores do Brasil e França. A peça é toda falada em português com legendas em alemão para que o público local também possa entender.
A apresentação é transmitida gratuitamente e de forma exclusiva pela plataforma Zoom, às 20h na Alemanha e 15h no Brasil. Após todas as apresentações, os atores e o diretor continuam na plataforma para conversar com o público sobre este caminho que estão seguindo e responder dúvidas dos espectadores.
A montagem é gratuita, mas é necessário que se faça uma inscrição prévia pelo site oficial. As apresentações acontecerão nos dias 9, 16, 23 e 30 de janeiro, sempre às 15h.
Sobre o Teatro Lusotaque
O Teatro Lusotaque, grupo teatral de língua portuguesa, foi fundado em maio de 2006 na Universidade de Colônia, na Alemanha, por iniciativa de Beatriz Medeiros. O grupo promove, assim, o estudo da língua e literatura portuguesa através do teatro.
No início, o grupo era composto por variados membros, em sua maioria alunos dos cursos de Estudos Regionais da América Latina e Letras Português da Universidade de Colônia (dentre nativos e estrangeiros) - complementado por atores profissionais do Brasil e de Portugal. Hoje o grupo recebe cada vez mais alunos das mais diversas áreas disciplinares e origens geográficas.
De 2010 a 2016, o grupo foi liderado principalmente por Fabian Aquilino, seguido por Marianna Souza, que dirigiu o grupo até 2019. Em 2020, Alexandra Marinho assumiu a direção do Teatro Lusotaque.
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