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“Teatro Digital nas Escolas” leva obras e técnicas do Teatro Digital a escolas públicas municipais de Belo Horizonte e Araxá, de forma gratuita

    O Teatro em Movimento, que está em sua 21ª edição, realiza o “Teatro Digital nas Escolas”, de agosto a novembro deste ano, beneficiando, de forma gratuita, cerca de 100 professores e seus alunos, de escolas públicas de Belo Horizonte e Araxá, do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, entre 11 e 17 anos, além de estudantes da EJA (Educação de Jovens e Adultos) na capital. O projeto tem o objetivo de levar os múltiplos gêneros e técnicas teatrais para o debate em sala de aula, de forma a democratizar a dramaturgia e tornar os estudantes protagonistas na produção de conteúdo digital em suas comunidades. Visa também mostrar a multidisciplinaridade da Arte como possibilidade em ser trabalhada nas escolas, em consonância com outras disciplinas, como Língua Portuguesa, Ciências Naturais, História e Sociologia.

    Chão de Pequenos – Solo Negro – 19/10/19 ©Pablo Bernardo

    Em Belo Horizonte, a capacitação ocorrerá dias 28 e 29 de setembro, quarta e quinta-feiras, das 19h às 21h30, presencialmente na Escola Municipal Magalhães Drumond, na Rua Contendas, nº 200, Bairro Alto Barroca, envolvendo 40 professores da rede municipal de ensino, sob a orientação de 7 facilitadores do projeto Teatro Digital nas Escolas. As inscrições, exclusivas para professores da rede municipal de Belo Horizonte, podem ser feitas pelo link https://bit.ly/3qKGkTG , limitadas a 40 vagas. 

    Esta edição do Teatro em Movimento é apresentada pelo Instituto UnimedBH e pelo Instituto Cultural Vale, tem o patrocínio do Itaú e da Cemig e conta com o apoio da CBMM, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério do Turismo.

    O “Teatro Digital nas Escolas” tem coordenação geral de Tatyana Rubim, idealizadora e coordenadora do Teatro em Movimento; supervisão pedagógica da doutora da UFMG, Mariana Lima Muniz; e coordenação pedagógica de Ana Regis.

    As atividades tiveram início no mês de agosto, com a realização de capacitação presencial dos professores de Araxá, conduzida pelos facilitadores e técnicos do projeto, tendo como base duas obras teatrais, selecionadas de acordo com a faixa etária dos alunos. Em setembro vai ter início o trabalho dos professores junto aos alunos em suas aulas. E, em novembro, acontece a etapa final com a “Mostra Competitiva de Conteúdo Digital nas Escolas”, com a participação dos alunos, que vão criar suas próprias obras digitais, a partir do aprendizado no projeto.

    “O “Teatro Digital nas Escolas” é um projeto presencial que usa das tecnologias e do teatro digital para alcançar os seus objetivos. Para que esses estudantes possam produzir os conteúdos digitais, os professores serão os multiplicadores dessa ação. Eles serão capacitados pela equipe técnica do projeto, por criadores de montagem e especialistas em artes cênicas, de forma presencial, com apoio de material on-line produzido em vídeo. E após assistirem a um dos espetáculos criados para o ambiente digital, eles são convidados a levar esse conhecimento para dentro da sala de aula. Tendo essa referência, os estudantes, então, terão a oportunidade de criar um conteúdo digital, que será apresentado em uma mostra e exibido nas redes sociais. Os melhores vídeos serão premiados através de votação pública”, explica Tatyana Rubim.

    Teatro Digital nas Escolas

    A partir da apreciação das obras de Teatro Digital, “Alice Através das Sombras”, da Cia Lumiato, a ser exibida para os educadores e estudantes do 5º, 6º, 7º e 8º anos; e “Chão de Pequenos”, da Cia Negra de Teatro, para professores do 9º ano e Ensino Médio, em Araxá, e do 9º ano e EJA, em Belo Horizonte, os professores serão capacitados, gratuitamente e de forma presencial, por facilitadores para trabalharem, partindo da mediação teatral, junto aos estudantes, a abordagem de conteúdos de Artes e outras áreas do conhecimento – podendo ser Língua Portuguesa, Ciências Naturais, História e Sociologia.

    Os professores participarão de treinamento presencial, teórico e prático, para desenvolver o projeto em sua escola, numa análise interdisciplinar da obra, sendo multiplicadores desta metodologia. Após a ação dos professores junto aos seus alunos, a equipe do projeto “Teatro Digital nas Escolas” também vai oferecer aos estudantes, por meio remoto, uma “Oficina de Conteúdo Digital”, abordando a otimização de recursos audiovisuais para uso em redes sociais, para realização de atividade artística.

    Para Ana Regis, coordenadora pedagógica do “Teatro Digital nas Escolas”, o maior legado que o Teatro Digital pode deixar é a acessibilidade. “Com o “Teatro Digital nas Escolas”, estamos levando o teatro de qualidade artística reconhecida para um número grande de crianças, além da mediação de duas obras teatrais, mostrando que a disciplina de artes é importante, que é possível aprender outras coisas além das artes, através das artes”, acredita.

    Obras de Teatro Digital

    A curadoria trouxe dois espetáculos teatrais criados para o ambiente digital, com classificação etária de acordo com o público. Dessa forma, os alunos poderão ampliar seu repertório de referências e, consequentemente, sua capacidade de reflexão e interpretação de mundo. O objetivo é que professores e, consequentemente, os estudantes, possam compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações. Além de experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte. O objetivo destas atividades também é instrumentalizar os alunos para criar conteúdo digital, de preferência com dramaturgia, que terão como suporte o incremento da experiência dos estudantes no uso de suas redes sociais. “As obras foram selecionadas por uma curadoria minuciosa, sem deixar de privilegiar o interesse deles, mostrando também que o teatro e as artes são disciplinas multidisciplinares, que podem permear diversos conteúdos escolares”, destaca Ana Regis.

    As duas obras que serão apresentadas aos alunos não se tratam de peças filmadas, mas obras teatrais criadas para o universo digital. Estudantes e professores do 5º, 6º, 7º e 8º anos poderão apreciar a obra “Alice Através das Sombras”, da Cia Lumiato, com roteiro e direção de Thiago Bresani e Soledad Garcia. Trata-se de uma livre adaptação da obra de Lewis Carrol, “As aventuras de Alice no país das maravilhas”. Esta versão, criada com a linguagem do teatro de sombras contemporâneo, apresenta a partir de uma perspectiva audiovisual uma nova proposta deste clássico literário. Em cena estão os irmãos Nina Bresani, sendo a protagonista da história e Luca Bresani, filhos de Thiago e Soledad.

    Já os alunos e professores do 9º ano e Ensino Médio, em Araxá, e do 9º ano e EJA, em BH, irão assistir à obra “Chão de Pequenos”, da Cia Negra de Teatro, com direção de Tiago Gambogi e Zé Walter Albinati. No elenco estão Felipe Soares e Ramon Brant. O roteiro é de Ana Maria Gonçalves, Felipe Soares e Ramon Brant. No enredo, um queria ser piloto de corrida. O outro gostava de ouvir a quietude. Vieram da terra onde, afirmam alguns, as crianças já nascem mortas ou envelhecem ainda meninos. Da rua. Texto, movimento, paisagens sonoras numa fábula que se pergunta sobre amizade, adoção, abandono. E os des-abandonos.

    Método

    Além das aulas presenciais, os professores vão receber, como material de apoio, vídeos curtos com conteúdos teóricos trabalhados de acordo com a faixa etária atendida. Serão produzidas pela equipe do projeto pílulas audiovisuais, de 1 a 2 minutos cada, referentes a cada uma das duas obras teatrais estudadas, destacando características, curiosidades e/ou aprofundando os conteúdos relacionados às áreas trabalhadas. Esse material será divulgado nas redes sociais do Teatro em Movimento e também será disponibilizado aos estudantes e professores via Whatsapp.

    Mostra Competitiva de Conteúdo Digital nas Escolas

    Após a aplicação dos conteúdos, os alunos serão motivados e incitados, por meio de ações de mobilização nas escolas, a participarem de uma “Mostra Competitiva de Conteúdo Digital nas Escolas”. Via redes sociais, preferencialmente o WhatsApp, os alunos irão receber vídeos de dois minutos, no máximo, contendo dicas de tecnologia e formas para se produzir trabalhos digitais muito mais “descolados”, seja no conteúdo ou na forma. Em grupos ou duplas, os alunos produzirão conteúdos digitais audiovisuais (textos, áudios, vídeos, dentre outros), autorizados pelos pais e/ou responsáveis, e os enviarão à página do projeto www.teatroemmovimento.com.br. Após uma triagem, os conteúdos digitais serão publicados e aqueles que receberem o maior número de curtidas, por votação popular, em Araxá e Belo Horizonte, receberão prêmios, além de menções honrosas entregues aos destaques. As escolas, em cada um dos dois municípios, que tiverem seus alunos premiados em primeiro lugar, ou que forem as campeãs de inscrições, também serão agraciadas com premiações.