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Poemas de Cecília Meireles escritos na Índia são tema de live da Biblioteca Estadual

    Edição inaugural do projeto “Bate-papo com o escritor” vai contar com a presença de Daniele Gomez, que abordará outros aspectos da trajetória de Cecília Meireles

    Importante nome do movimento Modernista brasileiro, Cecília Meireles é a inspiração da primeira edição do projeto “Bate-papo com o escritor”, encontro virtual realizado pela Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, nesta sexta-feira (22/1). Com o tema “A poesia de viagem de Cecília Meireles em poemas escritos na Índia”, a conversa vai contar com a presença da escritora e ex-estagiária da Biblioteca, Daniele Gomez, e será transmitida ao vivo pelo Instagram do espaço (@bibliotecaestadualmg) a partir das 15h. A mediação é de Eliani Gladyr.

    A proposta desse encontro virtual é oferecer ao público outras opções de conhecimento, uma vez que as atividades presenciais na Biblioteca Estadual seguem suspensas como medida de contenção da pandemia de Covid-19. Para a diretora do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), Alessandra Gino, essa iniciativa propõe outras possibilidades ao público da Biblioteca.

     

    “Realizar esse bate-papo é uma grande oportunidade para nos conectarmos ainda mais com nosso público. No ano passado, por conta do contexto de isolamento social, precisamos reinventar nossa programação e investir em ações que chamassem a atenção das pessoas. Esse modelo nos ajudou muito a difundir o conhecimento e tem sido uma forma de estimularmos a leitura e a literatura por meio de outras plataformas”, pontua Alessandra.

    O tema proposto surgiu da experiência de Daniele Gomez ainda na conclusão de sua graduação em Letras, quando apresentou a monografia “A poesia de viagem de Cecília Meireles em Poemas Escritos na Índia” (2019), que analisava a obra de Cecília Meireles a partir do livro “Poemas Escritos na Índia” (Ed. José Olympio, 1961), apresentado à escritora pela professora de Literatura Ana Amélia Reis. A partir daí, Daniele se tornou frequentadora assídua da Biblioteca durante a pesquisa.

    Em Poemas Escritos na Índia (1961), Cecília Meireles apresenta ao leitor um recorte cultural da Índia. Cecília Meireles realiza o que é chamado de consagração dos objetos, das pessoas, dos lugares e demais componentes líricos. Estratégia poética que revela o duplo modo de reverenciar e respeitar as tendências diante da diversidade cultural e a partir da posição de escritora ocidental, da passante. Nos 59 poemas reunidos em Poemas Escritos, o sagrado se manifesta como um modo de fazer arte.

    Para Daniele, o bate-papo com o público possibilita diferentes narrativas a respeito da vida e da obra de Cecília Meireles, uma vez que a escritora publicou mais de 1.500 poemas que preencheram as páginas de cerca de 30 livros. “É uma maneira de dar continuidade ao esforço de construir uma fortuna crítica à altura da Cecília Meireles, isto é, uma escritora revolucionária que teve lugar de destaque nos quadros do Modernismo Brasileiro”, comenta Daniele.

    A escritora complementa chamando a atenção para a bela trajetória de Cecília Meireles na cena literária do país. “Ela foi ativista na área da Educação, viajou para vários países divulgando notícias sobre o Movimento Modernista brasileiro. Essas viagens podem ser encaradas como matéria da poesia de Cecília Meireles, que deixou como legado um grande espectro de escritos sobre viagem. Exemplos disso são os livros Poemas Italianos (1968), Doze Noturnos de Holanda e o Aeronauta (1952) e Viagem (1938), obra premiada pela Academia Brasileira de Letras, considerada como o marco da sua maturidade como escritora”, finaliza.

    Sobre Daniele Gomez

    A escritora Daniele Gomez entrou no universo da escrita literária há mais de 15 anos. No entanto, foi só em 2019 que ela publicou seu primeiro livro, “Passeios”. A obra reúne prosa e versos, em torno das experiências e das dores causadas pelo machismo na sua vida e na vida das mulheres. A obra assimila expressões artísticas da cena musical belo-horizontina, principalmente do coletivo Geração Perdida de Minas Gerais, do qual passou a fazer parte durante a produção da obra. Passeios foi uma publicação independente e autoral, que contou com o apoio de artistas como Raquel Batista, Marcus Vinícius Evaristo e Sentidor (João Carvalho). Atualmente, a escritora está planejando a publicação da segunda obra de ficção.