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Filarmônica de Minas Gerais recebe o regente polonês Michal Nesterowicz e o violoncelista espanhol Pablo Ferrández

    O violoncelista interpreta obras de Haydn e Korngold e o regente convidado explora a obra de Sibelius

    Michal Nesterowicz_foto Lukasz Rajchert 3

    Dois artistas dividem seus talentos com o público mineiro nos dias 7 e 8 de junho, na Sala Minas Gerais, às 20h30. Destaque na nova geração de violoncelistas, o espanhol Pablo Ferrández se apresenta pela primeira vez em BH e mostra as diferentes possibilidades do instrumento em duas obras: Concerto para violoncelo em Dó maior, Hob. VII b:1, de Haydn, e Concerto para violoncelo em Dó maior, op. 37, de Korngold. O regente polonês Michal Nesterowicz retorna ao pódio da Filarmônica e explora a obra de Sibelius com o poema sinfônico Pelléas et Mélisande, op. 46, e a Sinfonia nº 3 em Dó maior, op. 52.

    Na série de palestras sobre obras, compositores e solistas, promovidas pela Filarmônica antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o público poderá assistir aos comentários do violoncelista Eduardo Swerts, que é graduado em Música pela Universidade do Estado de Minas Gerais, com mestrado e especialização em Música de Câmara em universidades da Alemanha. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.

    Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú e contam com o Apoio Cultural da Companhia Energética Chapecó e BMPI através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

    Pablo Ferrández _foto Kirill Bashkirov (2)

    Repertório
    Sobre Pelléas et Mélisande
    Jean Sibelius (Hämeenlinna, Finlândia, 1865 – Järvenpää, Finlândia, 1957) e Pelléas et Mélisande (1904/1905)
    O ícone finlandês Jean Sibelius começou a escrever a música de cena para uma montagem de Pelléas et Mélisande, de Maurice Maeterlinck, em 1904. A obra é posterior à suíte homônima de Fauré (1898), à ópera de Debussy (1902) e ao poema sinfônico de Schoenberg (1903). O drama narra um amor impossível em tempo e lugar indeterminados. Se o enredo é simples, os locais (floresta, fonte, gruta, castelo), os objetos (coroa, anel, lampião) e as situações (cegueira, escuridão) carregam denso simbolismo. A estreia da montagem aconteceu em 17 de março de 1905, realizada no Teatro Sueco de Helsinque sob a regência do compositor. A suíte orquestral reteve nove dos dez movimentos da música de cena. Pelléas et Mélisande encerra o ciclo imediatamente anterior ao período intermediário da produção de Sibelius.

    Sobre Concerto para violoncelo em Dó maior de Haydn
    Joseph Haydn (Rohrau, Áustria, 1732 – Viena, Áustria, 1809) e o Concerto para violoncelo em Dó maior, Hob. VII b:1 (1761/1765)
    Haydn serviu por quarenta anos como músico da poderosa família Esterházy, combinando as funções de regente e compositor. Dispunha de uma excelente orquestra, permanentemente disponível para a imediata execução de suas obras. Na corte de Esterházy havia solistas brilhantes, como os violoncelistas Anton Kraft e Joseph Weigl, para quem o compositor escreveu vários Concertos. Algumas dessas partituras, pelo caráter utilitário e imediatista de sua gênese, permaneceram apenas esboçadas; outras foram destruídas no incêndio da Casa de Ópera de Eszterháza (1779) e muitas se extraviaram. Alguns manuscritos só recentemente foram descobertos, como é o caso do Concerto para Violoncelo em Dó Maior, cujo tema principal do primeiro movimento fora anotado pelo próprio Haydn no catálogo de suas obras, datado de 1765. A partitura foi reconstituída a partir das partes orquestrais encontradas por um zeloso bibliotecário de Praga, em 1961. Desde então, por suas inegáveis qualidades, o Concerto se impôs imediatamente ao repertório.

    Sobre Concerto para violoncelo em Dó maior de Korngold
    Erich Korngold (Brno, República Tcheca, 1897 – Estados Unidos, 1957) e o Concerto para violoncelo em Dó maior, op. 37 (1946)
    Nascido na República Tcheca, Erich Korngold mudou-se com os pais, aos dois anos, para Viena. Foi comparado a Mozart como um dos mais notáveis fenômenos musicais da história. Alcançou precocemente a maturidade como compositor e, aos treze anos, já havia criado obras sinfônicas complexas. Aos 37 anos, Korngold encontrou um lugar no qual poderia dar vazão à sua escrita fluente e orquestração precisa: os estúdios da Warner Brothers, em Hollywood. Um dos mais distintos trabalhos de Korngold – e o seu último para o cinema – é a trilha para Deception [Que o céu a condene no Brasil], filme noir de 1946. Na trama, o violoncelista Karel Novak (Paul Henreid), envolve-se com a misteriosa pianista Christine Radcliffe (Bette Davis). Christine, negando um romance passageiro com o irascível compositor Alexander Hollenius (Claude Rains), assassina-o na noite de estreia de sua última criação: um concerto que tem Novak como solista. Para as cenas, Korngold escreveu uma obra que posteriormente transformou em uma composição autônoma. O Concerto para violoncelo em Dó maior teve sua primeira execução em 29 de dezembro de 1946, com Eleanor Aller-Slatkin junto à Filarmônica de Los Angeles, sob regência de Henry Svedrofsky.

    Sobre a Sinfonia nº 3 em Dó maior
    Jean Sibelius (Hämeenlinna, Finlândia, 1865 – Järvenpää, Finlândia, 1957) e a Sinfonia nº 3 em Dó maior, op. 52 (1907)

    Em janeiro de 1905 Sibelius encontrava-se em Berlim, onde pôde assistir à Quinta Sinfonia de Mahler e a um concerto de Richard Strauss regendo suas obras Uma vida de herói e a Sinfonia doméstica. Ficou tão fascinado com a modernidade dessas obras que se viu logo escrevendo uma fantasia sinfônica monumental. Mas, no ano seguinte, seu entusiasmo diminuiu. A imponência da música germânica já não mais o encantava. Ele agora buscava um tipo de composição mais simples e austera, em que a clareza formal e a economia de material melódico, harmônico e rítmico eram mais importantes do que a grandiosidade musical. Iniciava, assim, sua fase conhecida como classicismo moderno, da qual a Sinfonia nº 3 foi o primeiro fruto. A obra foi composta no ano de 1907, mas os rascunhos mostram que alguns temas já se encontravam prontos desde 1904, oriundos de outras obras e reaproveitados. A estreia aconteceu no dia 25 de setembro daquele ano com a Sociedade Filarmônica de Helsinque.

    Michal Nesterowicz_foto Lukasz Rajchert 5

    Michal Nesterowicz, regente convidado
    Desde que venceu o Concurso de Regência de Cadaqués, na Espanha, em 2008, o polonês Michal Nesterowicz passou a conduzir muitas das principais orquestras europeias, com passagens aclamadas pela Itália, Polônia, França, Alemanha e Reino Unido. Recentemente, fez sua estreia com a Orquestra Real do Concertgebouw e realizou suas primeiras apresentações com a Orquestra do Konzerthaus, em Berlim, e com a Tonkünstler, de Viena. Principal Regente Convidado da Sinfônica de Basel (Suíça), Nesterowicz é mundialmente reconhecido por seu desempenho dinâmico e interpretações eloquentes do repertório sinfônico.

    Pablo Ferrández _foto Kirill Bashkirov (1)

    Pablo Ferrández, violoncelo
    Vencedor do prêmio Jovem Artista ICMA em 2016 e do XV Concurso Internacional Tchaikovsky, Pablo Ferrández é tido pelos críticos como um dos melhores violoncelistas de sua geração. Elogiado por sua autenticidade, já se apresentou como solista com as orquestras do Teatro Mariinsky, Sinfônica de Viena, as filarmônicas de Stuttgart e de Helsinque, entre outras. Em 2017, fez sua estreia no Berliner Philharmonie com a Sinfônica Alemã em Berlim, e teve apresentações de destaque com as filarmônicas da BBC e de São Petesburgo, além de ter feito uma turnê pela Europa com a orquestra de câmara Kremerata Baltica e participado do festival Maggio Musicale Fiorentino. Já colaborou com artistas como Zubin Mehta, Valery Gergiev, Yuri Temirkanov, Adam Fischer e Anne-Sophie Mutter.

    Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
    Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais fez seu primeiro concerto em 2008, há dez anos. Diante de seu compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal, a Filarmônica chega a 2018 como um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil. Reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, a nossa Orquestra, como é carinhosamente chamada pelo público, inicia sua segunda década com a mesma capacidade inaugural de sonhar, de projetar e executar programas valiosos para a comunidade e sua conexão com o mundo.

    Números da Filarmônica de Minas Gerais em 10 anos (até dezembro de 2017)
    950 mil espectadores
    731 concertos realizados
    975 obras interpretadas
    102 concertos em turnês estaduais
    38 concertos em turnês nacionais
    5 concertos em turnê internacional
    90 músicos
    527 notas de programa publicadas no site
    164 webfilmes (13 com audiodescrição)
    1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
    4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
    3 CDs pelo selo internacional Naxos (Villa-Lobos)
    1 CD pelo selo nacional Sesc (Guarnieri e Nepomuceno)
    3 CDs independentes (Brahms&List, Villa-lobos e Schubert)
    1 trilha para balé com o Grupo Corpo
    1 adaptação de Pedro e o Lobo, de Prokofiev, para orquestra e bonecos com o Grupo Giramundo

    SERVIÇO
    Série Presto
    7 de junho – 20h30
    Sala Minas Gerais
    Série Veloce
    8 de junho – 20h30

    Sala Minas Gerais
    Michal Nesterowicz, regente convidado
    Pablo Ferrández, violoncelo

    SIBELIUS Pelléas et Mélisande, op. 46
    HAYDN Concerto para violoncelo em Dó maior, Hob. VII b:1
    KORNGOLD Concerto para violoncelo em Dó maior, op. 37
    SIBELIUS Sinfonia nº 3 em Dó maior, op. 52

    Ingressos: R$ 44 (Coro) R$ 50 (Balcão Palco) R$ 50 (Mezanino), R$ 68 (Balcão Lateral), R$ 92 (Plateia Central) e R$ 116 (Balcão Principal).
    Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
    Ingressos para o setor Coro serão comercializados somente após a venda dos demais setores.

    Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

    Funcionamento da bilheteria:
    Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto
    De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 20h.
    Aos sábados, das 12h às 18h.
    Em quintas e sextas de concerto, das 12h às 22h
    Em sábados de concerto, das 12h às 21h.
    Em domingos de concerto, das 9h às 13h.
    São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.