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Engenheiro eletricista dá dicas de como minimizar sobretensões em instalações elétricas durante as tempestades

    O Brasil é campeão mundial em queda de descargas elétricas. Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica, que integra o Centro de Ciências do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, anualmente caem 77,8 milhões de raios. O mesmo instituto aponta que Belo Horizonte é a oitava cidade no estado que mais sofre com o fenômeno: em um ano, a capital mineira chega a receber quatro mil descargas elétricas, o equivalente a 12,24 raios por km².

    Ainda que os raios sejam característicos das tempestades de verão, esse fenômeno atmosférico pode vitimar pessoas e animais, abalar estruturas, derrubar árvores e causar danos em equipamentos eletroeletrônicos. De acordo com o professor João Carlos Lima, coordenador técnico do Centro de Capacitação em Tecnologia da Loja Elétrica, é importante dar atenção às instalações domésticas para mitigar o risco de surtos e sobretensões.

    O professor explicar que é bastante comum usar o filtro de linha visando a proteção, mas ele não foi feito para tal. “O que garante a segurança é o uso de DPS (Dispositivo de Proteção contra Surto), equipamento que protege eletroeletrônicos contra variações de tensão originadas por distúrbios nas redes de alimentação da concessionária e por raios. Os DPSss detectam a anomalia na rede e desviam esse pulso para que seja descarregado por meio do sistema de aterramento, prevenindo a queima de equipamentos. Este dispositivo pode ser instalado diretamente no QDC (Quadro de distribuição de Circuitos) ou através de adaptadores plugados nas tomadas alimentadoras para eletrônicos que ficam constantemente plugados”, descreve o engenheiro eletricista.

    Na ausência do DPS, João Carlos Lima orienta a desligar os aparelhos elétricos e retirá-los da tomada durante as chuvas. “Os raios podem atingir a rede e provocar uma sobretensão no sistema elétrico, com a consequente interrupção do fornecimento de energia e prejuízos aos aparelhos. Da mesma maneira, recomenda-se não manter contato com nada que esteja ligado na tomada durante o período de raios”, esclarece o professor.

    O professor acrescenta que os para-raios são imprescindíveis em qualquer moradia (edifícios, casas, propriedades rurais) para aumentar a proteção. Ao contrário do que o senso comum imagina, essas hastes metálicas não atraem os raios para si, mas garantem um caminho seguro, de baixa resistência para as descargas elétricas.

    Situação comum no decorrer de tempestades, que também pode causar estragos ainda mais severos, os alagamentos exigem cautela redobrada. “Móveis e eletrodomésticos devem ficar fora do alcance da água. Não utilize equipamentos elétricos molhados ou em locais inundados, pois estes fatores aumentam o risco de choque e evite goteiras perto de instalações elétricas, pois água conduz energia. Em caso de alagamento das áreas internas da edificação, a chave geral da entrada de energia deve ser desligada, pois fios de má qualidade, desencapados ou mau isolados permitem fuga de corrente capaz de causar acidentes fatais por choques elétricos”, orienta.

    O coordenador do Centro de Capacitação em Tecnologia da Loja Elétrica separou outras dicas:

     ·         Proteja-se dentro de casas, automóveis ou edificações que tenham para-raios;

    ·         Não procure abrigo sob árvores, principalmente se elas estiverem isoladas ou em campo aberto;

    ·         Se estiver na praia ou na piscina, saia imediatamente e procure um lugar seguro;

    ·         Evite contato com qualquer objeto que possua estrutura metálica, tais como fogões, geladeiras, torneiras, canos, etc;

    ·         Estando em uma casa, evite ficar próximo de janelas metálicas e geladeiras,

    ·         Deixe para tomar banho após a tempestade;

    ·         Evite usar o telefone convencional, é mais seguro utilizar o celular;

    ·         Não se aproxime de cercas e nem recolha roupas estendidas em varais metálicos;