No dia 29 de janeiro de 2004, a campanha “Travesti e respeito”, do Ministério da Saúde, tomou fôlego e deu origem ao Dia da Visibilidade Trans. 17 anos depois, a luta pela cidadania continua e o setor audiovisual se tornou uma grande arma nessa luta. Agregando arte e estética, o cinema tem lançado cada vez mais títulos para dar voz a essa parcela da sociedade. A Faixa de Cinema, da Rede Minas, celebra a data com a exibição de filmes que dão voz à comunidade LGBTI+. Na próxima sexta (22), o público acompanha “Regalo”, de Ricardo Martins, “Preciso dizer que te amo”, de Ariel Nobre, “Menarca” e “Translúcidos”, de Asaph Luccas e Guilherme Candido.
Até 2018, a Organização Mundial de Saúde tratava a transexualidade como doença ou distúrbio mental. O tema é abordado na ficção “Translúcidos”, de Asaph Luccas e Guilherme Candido. O curta narra a vida de pacientes presos em uma clínica de tratamento de disforia de gênero. Ali transgêneros vivem a base de medicamentos e técnicas de aversão.
O suicídio de pessoas trans é tratado em “Preciso dizer que te amo”. O filme nasceu depois de uma campanha de valorização da vida encabeçada pelo diretor Ariel Nobre. O comunicador e artista viveu essa situação e decidiu fazer uma obra de prevenção ao suicídio. O curta traz, em uma linguagem poética, quatro jovens que vencem momentos difíceis com união e apoio. O curta passou por diversos festivais e ganhou o prêmio de melhor filme no Goiânia Mostra Curtas.
PROTAGONISTAS LGBTI+
O premiado “Regalo”, de Ricardo Martins, também preenche a Faixa de Cinema, desta sexta (22). O drama com pitada de humor traz a história de Caio, que ganha dos amigos um presente de aniversário inusitado: uma noite com um garoto de programa. Durante três horas, os dois passam de uma inicial aversão a uma atração mútua e quase improvável, em uma aproximação lenta e cheia de descobertas e enfrentamentos da realidade de ambos. A obra foi vencedora em diversos festivais, como O Cubo e FIC-Rio.
POR TRÁS DAS CÂMERAS
Asaph Luccas e Guilherme Candido fundaram o coletivo LGBTi+, “Gleba do Pêssego”, que busca representar vivências de grupos oprimidos. Com essa premissa é que a dupla, junto ao coletivo, produziu o filme “Menarca”. A obra, ambientada no passado, faz uma crítica ao machismo. A protagonista é uma criança que vê seu destino mudar depois de menstruar e ter que seguir os padrões ditados à mulher pela sociedade. O filme faturou prêmios em festivais no Brasil e no mundo.
A Faixa de Cinema vai ao ar nesta sexta (22), às 23h, pela Rede Minas. Os filmes também podem ser vistos, nesse mesmo horário, no site da emissora: redeminas.tv.