Álbum produzido por Enéas Xavier reverbera composições gravadas de forma acústica, incluindo uma releitura da obra de Sérgio Pererê; apresentação de lançamento acontece no dia 21 de abril, com banda formada por mulheres Cantora e compositora mineira, Mariana Moreira cresceu em um ambiente regado a música popular brasileira e muito samba, reverenciando medalhões que vão de Noel Rosa e Cartola a Paulinho da Viola e Chico Buarque. Inspirada pelas cantorias, violões e percussões presentes em sua casa, a artista decidiu registrar algumas das canções que escreveu durante a vida: e o resultado foi o álbum “Ela saiu só para ver o céu”, gravado de forma independente sob a direção musical do premiado produtor e multi-instrumentista Enéias Xavier. O disco, que presta justa homenagem ao samba e ao forró, chega às plataformas digitais no dia 21 de abril, quinta-feira, data em que a artista também apresenta o show de lançamento no Teatro de Bolso SESIMINAS, em Belo Horizonte, às 19h. Os ingressos custam a partir de R$15 e podem ser adquiridos neste link. Ouça o álbum “Ela saiu só para ver o céu” (exclusivo para a imprensa) Aluna de canto há mais de 20 anos, tendo estudado com referências como os preparadores vocais Eladio Pérez-González, Camila Jorge e Ana Hadad, a cantora Mariana Moreira resolveu trazer à tona, durante a pandemia, algumas canções que compôs ao longo dos anos — e que, até então, não haviam sido gravadas. “Conversando com amigos durante a pandemia, decidi gravar o álbum. O nome do disco traz esse desejo, que sentimos durante o isolamento social, de poder sair, estar em lugares abertos, olhar o céu. Em casa, sempre tivemos música. Para mim e para minha família, a música é uma experiência que tem a ver com a nossa relação de afeto, alegria e cuidado”, diz a artista. Com seis faixas, sendo cinco autorais e uma releitura da obra de Sérgio Pererê, “Ela saiu só para ver o céu” foi inteiramente gravado no Usina Estúdio, sob a condução do renomado Enéias Xavier — um dos produtores e baixistas mais celebrados do país, com mais de 30 anos de carreira, conhecido pelos trabalhos emblemáticos ao lado de nomes como Milton Nascimento, Toninho Horta, Chris Porter, Flávio Venturini e Beto Guedes. Já a mixagem e a masterização do disco ficaram a cargo de André Cabelo, no Estúdio Engenho. Samba e tradição A identidade e a unidade do álbum foram desenvolvidas a partir de um som essencialmente acústico, remontando a forma de gravar dos sambas tradicionais, ao valorizar sobretudo a percussão e os instrumentos clássicos do gênero, com o violão sete cordas, o clarinete e o piano — que também marcam a personalidade da bossa nova e da MPB. Por isso, o álbum conta com uma banda coesa e reduzida, tendo Cyrano Almeida (bateria e percussões), Renato Saldanha (violões), Christiano Caldas (acordeon), Sérgio Danilo (clarinete) e Alvimar Liberato (violão sete cordas). “Desde o começo, a Mariana trouxe essa ideia forte do samba tradicional, e decidimos que não iríamos ter teclado elétrico, por exemplo, e nada que remetesse a um som moderno demais. A intenção era um samba tradicional, como as coisas gravadas pelo Chico Buarque, pela Marisa Monte, bem calcadas nos instrumentos clássicos. É por isso que a bateria, e até mesmo alguns samplers que usamos no disco, soam sempre muito percussivos, em diálogo com a tradição”, avalia o produtor Enéias Xavier, responsável por gravar a maioria dos instrumentos do disco, como baixo, piano, violão e viola. Inspirações Assim, as músicas de Mariana Moreira são alimentadas por versos que parecem ter nascido sambando. “Você foi embora”, encorpada por solos de clarinete e uma bela “baixaria” no violão sete cordas, soa como um lamento envolvido em lucidez: “se eu errei foi porque não sabia viver / queria estar com você para lhe dizer / o que eu buscava lá fora / você sentia e ofertava toda hora”. Já na faixa “Jurei”, com roupagem de samba-canção, a compositora mostra que tem uma inclinação natural para criar refrãos assertivos: “em vez de te dar o que merece / procuro em teu peito abrigo / que castigo”. Fazendo jus à tradição familiar de Mariana Moreira, o disco conta ainda com dois sambas compostos pelo primo da artista, Deco, também cantor e compositor, ex-integrante da banda Dom Pepo e agora em carreira solo. “Adeus, Maria” e “Samba da Redenção” conferem mais brilho ao álbum, dialogando diretamente com a redoma de temas inerentes ao samba, como as despedidas, as voltas por cima e o perdão. Fora do escopo do samba, o disco traz o xote “Meu xodó”, composto pelo tio da artista, Josué Paglioto, em parceria com a poetisa Marília Abduani. “Eu quis muito ter essas participações da família porque comecei a cantar assim. E acho que as outras músicas que escolhemos parecem conversar com as músicas que compus, ainda sem saber que gravaria um dia”, diz Mariana. O arremate do álbum ficou a cargo de uma releitura de “Oração do Perdão”, um clássico de Sérgio Pererê lançado em 2020, e gravado agora em uma versão intimista, apenas com o piano de Enéias Xavier sob a voz de Mariana Moreira. “Eu ouvi várias vezes e me apaixonei por essa música. O Pererê, de forma muito generosa, permitiu que eu gravasse com total liberdade. Aproveitamos o piano tão presente no disco e fizemos uma versão neste formato simples e delicado”, avalia Mariana. Show Para a apresentação de lançamento, Mariana Moreira vai interpretar o álbum na íntegra, além de incluir algumas releituras que também dialogam com os seus sambas. O repertório inclui clássicos da MPB, como “Ela e Eu”, de Caetano Veloso; “Para Um Amor no Recife”, de Paulinho da Viola; “Foguete”, de Roque Ferreira e Jota Velloso; e “Pela Décima Vez”, de Noel Rosa. No palco, a banda será quase toda feminina, com exceção do produtor Enéias Xavier e do violonista Renato Saldanha. Acompanham a cantora as instrumentistas Débora Costa (percussão), Sandra Alves (flauta), Júlia Carvalho (piano) e Flávia Bastos (baixo). “Tive o desejo de estrear com mulheres no palco e acho que é um espaço importante que nós precisamos ocupar. Temos muitas musicistas incríveis em Minas e acredito que essa escolha vai enriquecer ainda mais o trabalho”, pontua a artista. SERVIÇO Mariana Moreira apresenta “Ela saiu só para ver o céu” Quando. 21 de abril, quinta-feira, às 19h Onde. Teatro de Bolso SESIMINAS (Rua Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia) Quanto. Os ingressos custam R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada) e estão disponíveis para venda online neste link Mais. Mariana Moreira no Instagram |