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CURA, DA CIA. DE DANÇA DEBORAH COLKER SE APRESENTA PELA PRIMEIRA VEZ EM BH

    Instituto Cultural Vale apresenta “Cura”, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.  “Cura” também conta com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura.

    Deborah Colker dedicou seu tempo, nos últimos anos, a buscar uma cura. No caso, uma solução para a doença genética que seu neto possui, a epidermólise bolhosa. Dessa angústia pessoal nasceu o novo trabalho da Cia. de Dança Deborah Colker, um espetáculo que vai muito além do aspecto autobiográfico. “Cura” trata de ciência, da fé e da luta para superar e aceitar os nossos limites, do enfrentamento da discriminação e do preconceito.

    Com dramaturgia do rabino Nilton Bonder e trilha original de Carlinhos Brown, “Cura” estreou em 6 de outubro de 2021, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, e passou por nove cidades, com um total de 48 apresentações, e um público total de 50 mil pessoas. A turnê de 2022 iniciou com temporada no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, entre 27 de janeiro e 20 de fevereiro, com grande sucesso. Em Belo Horizonte, a montagem fará duas apresentações, nos dias 30 de abril e 1º de maio (sábado, às 21h, e domingo, às 19h), no Grande Teatro do Sesc Palladium. Em Minas Gerais, a cidade de Ipatinga também receberá a montagem, nos dias 03 e 04 de maio (terça e quarta-feira, às 20h30), no Centro Cultural Usiminas.

    Deborah Colker concebeu o projeto em 2017, mas foi no ano seguinte, com a morte de Stephen Hawking, que encontrou o conceito. Embora acometido por uma doença degenerativa, a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), o cientista britânico viveu até os 76 anos e se tornou um dos nomes mais importantes da história da física. Deborah percebeu que há outras formas de cura além das que a medicina possibilita. “Quando foi diagnosticado, os médicos deram a Hawking três anos de vida. Ele viveu mais 50, criativos e iluminados. Entendi o que é a cura do que não tem cura”, conta.

    A estreia de “Cura” aconteceria em Londres em 2020, mas a pandemia não permitiu. O adiamento deu ao espetáculo mais um ano de pesquisas, transformações e reflexões. “A pandemia me fez ter certeza de que não era apenas da doença física que eu queria falar. A cura que eu quero não se dá com vacina”, afirma Deborah.

    Há dores mostradas no palco, mas há esperança no final. Deborah diz que procurou preservar a alegria necessária à vida. Um ingrediente para isso foi a semana que passou em Moçambique durante a preparação, quando conheceu pessoas que não perdiam a vontade de viver, apesar das muitas dificuldades. “Fui procurar a cura e encontrei a alegria”, explica a coreógrafa.

    Deborah Colker incorporou ao espetáculo referências das três religiões monoteístas e elementos de culturas africanas, indígenas e orientais. Logo no início, conta-se a história de Obaluaê, orixá das doenças e das curas. “A ponte entre fé e ciência me ajudou muito. Fui experimentar o invisível, a sabedoria do invisível”, diz.

    Numa cerimônia realizada quando da morte do seu pai, Deborah conheceu o rabino Nilton Bonder, autor de “A alma imoral” e muitos outros livros. Ao planejar “Cura”, decidiu convidá-lo para desenvolver a dramaturgia. Dentre tantas contribuições, ele ressaltou que “pedir é curar”, ideia que gerou uma cena. Também apontou que “a grande cura é a morte”, o que motivou uma coreografia com dois bailarinos dançando ao som de “You want it darker”, de Leonard Cohen. “O espetáculo apresenta todos os recursos imunitários e humanitários em aliança pela cura. A ciência, a fé, a solidariedade e a ancestralidade são o coquetel de cura do que não tem cura. Concebido antes desta pandemia, o título não é um ‘conceito’, mas um grito”, afirma Bonder.

    Carlinhos Brown foi convidado, inicialmente, para compor apenas o tema de Obaluê, mas acabou criando praticamente toda a trilha, inclusive a canção inicial, dos versos “Traga meu sorriso para dentro” e “Sou mais forte do que a minha dor”. A música veio na minha cabeça logo depois da primeira conversa com Deborah. Eu pensei: isso é um chamado, não é uma trilha normal. É um trabalho muito mais profundo do que ‘Carlinhos está fazendo uma trilha’, diz o músico, que canta em português, ioruba e até em aramaico. Os 14 bailarinos também cantam, em hebraico e em línguas africanas, algo que acontece pela primeira vez nos 29 anos de história da companhia.

    Fundador da companhia ao lado de Deborah Colker, o diretor executivo João Elias vê em “Cura” um passo ainda maior que o dado pela coreógrafa no trabalho anterior, “Cão sem plumas” (2017), baseado no poema de João Cabral de Melo Neto. “Quando começou a coreografar, Deborah era mais abstrata, formal. Depois, passou a contar histórias, aprimorar dramaturgias. “Cão sem plumas” já era um espetáculo visceral, emocionante. “Cura” é ainda mais, mostra um grande amadurecimento”, analisa o diretor.

    Companheiro de Deborah em toda a trajetória, o cenógrafo e diretor de arte Gringo Cardia é outro que destaca a importância de “Cura” para a artista. “Deborah era toda ciência. Passou por um crescimento espiritual. Foi conversar com Deus neste espetáculo”, afirma Gringo Cardia, que assina as duas rampas que dão aos movimentos dos bailarinos a sensação de desequilíbrio, e as caixas que, entre várias funções, formam um muro. O muro passa a imagem de um grande obstáculo, mas ele se divide em vários pedaços. Então, é possível atravessá-lo. É como a gente faz nas nossas vidas”, diz Gringo.

    Nos figurinos de Claudia Kopke – que esteve em “Cão sem plumas” – as pernas podem ter estilos bem diferentes, traduzindo o desequilíbrio que é um dos nortes do espetáculo. “Os bailarinos têm as cabeças cobertas, usam balaclavas, mas o final é dourado, de alegria”, explica a figurinista.

    O iluminador Maneco Quinderé, que só havia trabalhado com a companhia em “Vulcão” (1994), também criou uma luz fragmentada, como sugerem as ideias de “Cura”. O final tem brilho, indicando renascimento. “Cada segmento tem suas características, e eles formam um caleidoscópio”, diz ele.

    FICHA TÉCNICA

    Criação, Coreografia e Direção DEBORAH COLKER | Direção Executiva JOÃO ELIAS | Música CARLINHOS BROWN | Direção de Arte e Cenografia GRINGO CARDIA | Dramaturgia NILTON BONDER | Figurino CLAUDIA KOPKE | Desenho de Luz MANECO QUINDERÉ | Produção Local: PÓLOBH Realização JE PRODUÇÕES LTDA | Assessoria de Imprensa: FACTORIA COMUNICAÇÃO.

    Duração: 1h15 minutos (sem intervalo)

    Classificação: livre

    SERVIÇO

    PÓLOBH – TEMPORADA DE ESPETÁCULOS 2022

     Espetáculo “Cura”

    Cia. de Dança Deborah Colker

     BELO HORIZONTE

    Dias 30 de abril e 1º de maio (sábado, às 21h, e domingo, às 19h)

    Grande Teatro do Sesc Palladium

    Ingressos: pela Sympla – https://bileto.sympla.com.br/event/72157/d/131044

    Preços dos Ingressos

    Inteira

    Meia-entrada

    Plateia I

    R$ 200,00

    R$100,00

    Plateia II

    R$ 130,00

    R$ 65,00

    Plateia III

    R$ 50,00

    R$ 25,00

     IPATINGA

    Dias 03 e 04 de maio (terça e quarta-feira, às 20h30)

    Centro Cultural Usiminas

    Ingressos: www.eventim.com.br

    Preços dos Ingressos

    Inteira

    Meia-entrada

    Plateia

    R$ 100,00

    R$50,00

    Balcão

    R$ 50,00

    R$ 25,00