Com texto e direção de Ana Teixeira e Stephane Brodt, “Bordados”, novo projeto do Amok Teatro, aborda um encontro entre mulheres árabes, ao longo de uma sessão de chá. Em torno da bebida, elas desenrolam os fios das suas histórias, tecendo conversas íntimas sobre casamentos, família, revelando sonhos, perdas e conquistas. Nesse encontro, um tema predomina: o amor.

Após estreia no Rio de Janeiro, o espetáculo segue para temporada em Belo Horizonte, onde ficará em cartaz de 28 de abril a 30 de maio, sempre de quinta a segunda, às 19h, no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB BH). A sessão do dia 12 de maio terá tradução em Libras e as apresentações dos dias 14 e 23 de maio serão seguidas de bate-papo. Os ingressos custam R$ 30,00 (inteira) R$15,00 (meia). Vendas na bilheteria do teatro ou pelo site www.bb.com.br/cultura. O projeto tem patrocínio do Banco do Brasil por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

“Bordados” integra a segunda etapa do “Ciclo das Mulheres”, projeto em que o Amok Teatro aborda temas universais a partir do universo feminino e explora o teatro como um espaço de produção de saúde. “O projeto ‘Ciclo de Mulheres’ traz questões universais, pelo ponto de vista feminino, e explora o teatro como um espaço de produção de saúde, no sentido relacional. Falamos sobre a vida, a morte, a solidão, o amor, a partir das relações de intimidade, de dentro das casas. Como campo de pesquisa cênica, o que nos interessa é abordar o teatro como um espaço de aproximação e de experiência da alteridade. E ‘Bordados’ restaura práticas humanas simples como o diálogo, a escuta e o acolhimento”, explica a diretora Ana Teixeira.

O texto do espetáculo é uma costura de relatos reais recolhidos entre as centenas de entrevistas reunidas no documentário “7 Bilhões de Outros”, do francês Yann Arthus-Bertrand. “A inspiração para a montagem foi o romance gráfico da Marjane Satrapi, mas rapidamente decidimos partir para uma criação e mergulhamos na tradição do chá árabe. Nós nos referenciamos, então, no documentário do Yann Arthus-Bertrand. O realizador francês percorreu o mundo entrevistando pessoas para tentar responder à questão: ‘o que nos torna humanos?’ Do documentário, selecionamos relatos sobre amor, felicidade, sentido da vida e morte, e a partir deles desenvolvemos personagens capazes de encarar memórias que essas mulheres vão bordando. Desse modo, colocamos com o teatro a mesma pergunta lançada pelo documentarista: ‘o que nos torna humanos?’, porém, a partir do ponto de vista e da experiência das mulheres”, comenta Ana Teixeira.

Acolhedor e com uma linguagem delicada e feminina, “Bordados” traz histórias que refletem os desafios de amar e viver em uma sociedade marcada pela tensão entre tradição e modernidade. “São histórias que, embora tragam a realidade de uma outra cultura, parecem tão próximas e nos convidam a refletir sobre a vida, o amor e a liberdade. Falar da mulher dentro do contexto árabe, e particularmente do mundo árabe islâmico, nos permite abordar situações universais do feminino”, diz a diretora.

O aroma de hortelã e chá verde perfumam todo o teatro, e mulheres da plateia são convidadas a assistirem ao espetáculo sentadas em cadeiras ao redor de mesas posicionadas na frente palco. “O chá na cultura árabe é o símbolo da hospitalidade, por isso levar essas mulheres para próximo da cena é uma forma das atrizes acolherem o público feminino durante a montagem”, explica Ana Teixeira.

A diretora completa que “Bordados” convida o público a refletir sobre a importância do encontro, da presença, do diálogo olho no olho, da atenção e do afeto.  “A necessidade que temos de nos comunicar olhando nos olhos vem sendo diluída pelo uso excessivo das novas tecnologias. Nos privamos, assim, de perceber as emoções que afloram quando conversamos frente a frente, em tempo real. Daí a crise de empatia que vivemos hoje. Conversar é um ato político e um ato de afeto, antídoto contra a solidão e contra a (o)pressão da vida moderna.”

O Amok Teatro

Dirigido por Ana Teixeira e Stephane Brodt, o Amok Teatro caracteriza-se pela dedicação a um processo contínuo de pesquisa sobre a arte do ator e as possibilidades de encenação. Desde sua fundação, em 1998, o grupo tem recebido por seus espetáculos diversos prêmios do teatro e um grande reconhecimento da crítica e do público, nacional e internacional, sendo considerada uma das companhias de maior prestígio da cena carioca contemporânea. O trabalho do Amok caracteriza-se pela busca de um rigor formal e por uma intensidade que se afirma no corpo do ator como sendo o lugar em que o teatro acontece. Cada novo projeto impulsiona o grupo a procurar diferentes caminhos de pesquisa cênica e de treinamento para o ator a partir do diálogo com diferentes tradições e culturas. Os espetáculos do Amok tratam de temas contemporâneos sem perder de vista a busca de uma linguagem poética e a afirmação da cena como um espaço cerimonial.

Ficha Técnica

Texto e direção: Ana Teixeira e Stephane Brodt

Elenco: Fathmeh – Carmen Frenzel | Massarat – Adriana Rolin | Hiba – Jacyan Castilho | Khadija – Sandra Alencar | Nesrine – Vanessa Dias | Walla – Vania Santos | Iluminação: Renato Machado | Assistente de direção: Gustavo Damasceno | Cenário e figurino: Ana Teixeira e Stephane Brodt | Músico: Rudá Brauns (off), Vanessa Dias e elenco (live) | Direção musical: Stephane Brodt | Edição de som: Gabriel Petit | Operador de Luz: João Gaspary | Operadora de Som: Julia Limp | Produção: Amok Teatro

CIRCUITO LIBERDADE 

O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.

SERVIÇO

Espetáculo “Bordados” no CCBBBH

Grupo Amok de Teatro 

28 de abril a 30 de maio – quinta a segunda, às 19h

Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB BH)

Gênero: drama | Classificação etária: 12 anos | Duração: 70 minutos 

Ingressos na bilheteria do Teatro a R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)

Pelo site www.bb.com.br/cultura ou pela Eventim – www.eventim.com.br

 

Mais informações: 31 3431 9400

Nas redes sociais @ccbbbh e do grupo @amokteatrorj

SAC 0800 729 0722 – Ouvidoria BB 0800 729 5678

Deficientes Auditivos ou de Fala 0800 729 0088