IncompetênCia debate ancestralidade, identidade de gênero e a invisibilização do

trabalhador nos dias 27, 28 e 29 de setembro, em clássico espaço cultural de BH

Após uma bem-sucedida passagem pela cidade de São João Del Rei, o espetáculo “Arrepsia”, da jovem e potente IncompetênCia, volta aos palcos de BH nos dias 27, 28 e 29 de setembro. A montagem, que faz o público refletir sobre a tentativa social de apagamento das ancestralidades, nas relações de gênero e de raça, poderá ser vista na Funarte (rua Januária, 68, Centro). Provocativo, intenso e divertido, a montagem traz no elenco Gabi Vieira, Malu Dimas, Rafa Calú e Sarah Vá, fundadoras da companhia de teatro. Os ingressos estarão à venda na bilheteria do espaço: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada).

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“O ‘Arrepsia’ cresceu muito ao longo dos anos; em grande parte devido ao seu caráter itinerante e flexível. A dramaturgia do espetáculo é cuidadosamente desenvolvida e interpretada pelas atrizes, que conduzem a narrativa. No entanto, ela também se adapta ao público, que não só assiste, mas também se torna parte ativa da trama, construindo a cena ao lado das atrizes”, relata Rafa sobre a mutação do espetáculo: “A cada apresentação, a peça se transforma, pois cada público é único e traz suas próprias necessidades e energias”.

Ainda de acordo com a artista, levar o espetáculo “Arrepsia” para as dependências da Funarte é um sonho. “Na Funarte, vamos celebrar a vida, a arte e os encontros. Nosso espetáculo aborda nós, quase maratonistas do cotidiano, que às vezes esquecemos nossos motivos e sonhos. Tenho refletido muito sobre a ideia de encontros, sobre como esse magnetismo entre pessoas transforma vidas. E com toda certeza, ‘Arrepsia’ não apenas transformou a minha vida, mas também pode impactar a de muito mais gente”, diz Rafa.

“Arrepsia” é autoetnográfico (relação do indivíduo com o meio sociocultural em que está inserido). Ou seja, o espetáculo parte da história do quarteto, que, embora já atuasse na área teatral, precisou trabalhar em outras funções, uma delas enquanto garçonetes. O elenco ainda se viu diante da falta de dramaturgias que contemplassem sua existência enquanto corpos plurais. “Buscamos refletir a realidade de grande parte de atrizes e de atores brasileiros, que não conseguem viver de sua arte e acabam tendo que buscar outras alternativas para se sustentar, mas, mesmo estando em um ambiente de bar, a gente não consegue deixar de criar e refletir nossos sonhos”, declara Malu Dimas, que esteve em “Amor Perfeito”, da Globo.

A criação e a dramaturgia de “Arrepsia” são coletivas. O espetáculo, aprovado no Edital da Lei Paulo Gustavo, conta com a direção de Tiago Agar, direção musical de Talita Sanha e  provocação artística de Ernani Maletta. “As pessoas precisam assistir este espetáculo porque ele fala da realidade do trabalhador, que está no corre, fala dos nossos desejos e sonhos. Esta peça é uma chamada de esperança em meio ao caos”, fala Sarah Vá.

A temporada de “Arrepsia” na Funarte tem classificação de 16 anos. “O espetáculo é leve, poético, boêmio, engraçado, político e dramático, tudo na mesma intensidade”, garante Gabi. “E essa quarta temporada acontece ainda com gosto de vitória, celebração e a certeza de que esse é meu caminho, pois neste ano eu celebro dez anos de carreira e tenho a convicção que foi o ‘Arrepsia’ que me ensinou a sonhar alto, não me deixou desistir e me faz ter coragem para ocupar todos os lugares”, completa.

SERVIÇO

“Arrepsia”, da IncompetênCia

Dias: 27, 28 e 29 de setembro, sempre às 19h

Local: Funarte (rua Januária, 68, Centro) – BH

Ingressos na bilheteria 1 hora antes da sessão: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)

Garanta pelo Sympla

Mais Informações: @incompetencia

ENREDO

Em cena, o público estará diante de quatro garçonetes. Todas elas são atrizes, e todas elas estão ralando pelo sustento, já que viver da arte ainda é um horizonte distante.

Entre um atendimento e outro, o quarteto debate sobre negritude, gênero, classe social e, claro, sobre o contexto trabalhista de um país latino-americano. Apesar da intensidade dos temas abordados, a IncompetênCia é debochada, usa e abusa da ironia-crítica  para passar o recado. O público um, nesse universo, é o cliente do bar. Ou seja, o espetáculo é sensorial e imersivo.

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