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8ª edição do JUNTA, evento de venda de arte contemporânea de MG, acontece em BH a partir do dia 30

    Uma das maiores mostras de arte contemporânea independente de Minas Gerais, a 8ª edição do JUNTA, está de volta à Belo Horizonte após dois anos sem acontecer devido à pandemia. A edição, nos dias 30 de abril, 1º, 7 e 8 de maio (dia das mães), tem o objetivo de estimular a circulação de obras de arte em Minas Gerais e a formação de novos consumidores e colecionadores. Com uma grande expografia com mais de 300 obras desenvolvidas por cerca de 40 artistas, estará aberta à visitantes, colecionadores e apreciadores de arte em um dos pontos mais importantes para a cultura e memória de Belo Horizonte, a Casa Viva Lagoinha. A iniciativa é realizada pelos curadores e organizadores Comum, Flaviana Lasan e Thiago Alvim.

    Foto: Thiago Alvim

    O JUNTA busca ainda possibilitar, através de um recorte periódico generoso de artistas e obras, compreensões sobre os cenários contemporâneos da arte em Belo Horizonte. A curadoria desta edição defende a ideia de provocar o pensamento crítico do sistema de arte a partir da reunião de artistas de diferentes técnicas, idades, tempo de atuação e intersecções sociais, como também público e agentes do setor.

    Serão quatro dias de exposição fluida nos sete cômodos Casa Viva Lagoinha, idealizada por Filipe Thales para catalisar iniciativas de valorização e requalificação da região da Lagoinha, um dos pontos mais importantes para a cultura e memória da capital. Flaviana Lasan explica que o espaço foi escolhido por dialogar com os objetivos do evento que é descentralizar os espaços culturais: “estar na Lagoinha é recomeçar, não só por estarmos de volta à região, mas porque estamos de volta a uma possibilidade de coletividade.  A parceria com o trabalho da Casa Viva Lagoinha é um sinal de coesão cultural e de possibilidades de expandir dinâmicas, unindo-as”.

    Geração de renda> o JUNTA é uma forma de evidenciar a produção de arte e, com isso, gerar renda para artistas que se encontram em território mineiro. Thiago Alvim explica que o evento se apresenta como uma alternativa para além das galerias de arte, uma vez que a maioria dos artistas presentes não tem contratos. “Existimos como uma importante alternativa a um sistema que não consegue incluir a totalidade da produção que temos em Belo Horizonte gerando outros mercados de arte possíveis”, acrescenta.

    Conheça os nomes desta edição>  A maioria dos nomes presentes têm em sua produção um propósito político, que trazem para as obras ampliando suas vozes e questões. Com isso, deixam um quadro contemporâneo compatível com as condições que estamos lidando no Brasil. Um destaque é que parte dos artistas tem convívio com a literatura e conseguem trazer um hibridismo em suas obras, seja a partir de uma criação tipográfica ou posicionando textos no suporte de telas e desenhos. Outro destaque é a prática no design que culmina no desenvolvimento de obras com tons de gravura e técnicas mistas de tiragens, colagem e também intervenções manuais.

    A 8ª edição do JUNTA é marcada pela heterogeneidade das linguagens artísticas e da mistura de técnicas em um mesmo trabalho. Uma permissividade em alimentar a pergunta contemporânea: “quando é arte?” e não mais “o que é arte”. Profissionais de diversas áreas conseguiram conectar em suas relações de produção, uma condição que permitisse abordar o público através das artes visuais. Serão expostas mais de 300 obras entre esculturas, fotografia, pintura, desenho, tiragens, gravuras e assemblages. Dos artistas desta edição, 22 participam pela primeira vez.  Fazem parte da 8ª edição do JUNTA: Andrea Azzi, Antônio Cigania, Barbara Daros, Binho Barreto, Brígida Campbell, Carol Botura, Cesarão Trome, Comum, Daniella Domingues, Dri Sant’ana, Erre Erre, Fernanda Gontijo, Fhero, Francisco Nuk, Gabriel Nast, Horacius de Jesus, Iaci, João Gabriel, Julianismo, Karina Mageste, Laura Berbert,  Lume Ero, Marcel Diogo, Max Motta, Mônica Maria, Natalia Costa (Tear), Preto Matheus, Rodrigo Borges, Saulo Pico, Skap, Thiago Alvim, tttuto, Vittorio Avery, Will , Yanaki Herrera e Zé D’iNilson.

    Parceria com a Casa Viva Lagoinha> Flaviana conta ainda que sendo uma exibição itinerante, o território inspira a proposição artística e, ao considerar a Casa Viva Lagoinha a parceria desta 8ª edição, havia o compromisso de ativar artistas da região e entender a partir deles o que nos cerca. “Além dessa seleção auxiliada por quem ali convive, o embaixador Filipe Thales, trouxemos artistas que marcaram as edições anteriores, tentando reconectar a experiência pela qual nos unimos”, completa.

    Com música ambiente, o bar da Casa Viva Lagoinha estará aberto com venda de bebidas e comidas – haverá opções veganas. Não é necessário retirada de ingresso, a entrada no evento é livre para todos os públicos. É necessário uso de máscara.

    Sobre o JUNTA> Até a sétima edição era amplamente conhecido como Junta Bazar de Arte Independente, nesta edição volta à cena belo-horizontina como JUNTA refletindo o frescor e os desejos de renovação.

    O JUNTA é um espaço de arte temporário e itinerante de grande potência. Reúne, durante dois finais de semana, uma amostra pulsante do que é produzido na diversidade das cenas de arte contemporânea de Belo Horizonte, e entrega tudo de uma vez, ao mesmo tempo. Nos espaços que ocupa, as paredes são tomadas por muitas obras de arte, que parecem dançar pelas paredes da galeria. “De fato, há um balé silencioso acontecendo ali. Há uma grande rotatividade de trabalhos, que são vendidos e substituídos por outros, de forma que o espaço expositivo nunca será o mesmo.” acrescenta Comum.

    Curadoria> Um dos critérios curatoriais básicos do Junta é a multiplicidade, sendo está expressa através das linguagens, distinção do tempo de experiência no meio artístico, as intersecções sociais que regem gênero e raça e enfrentamento de políticas que auxiliem o setor artístico. O JUNTA é um acontecimento de arte temporário e itinerante de grande potência. Ao longo das edições, centenas de artistas de regiões distintas do país, principalmente, de Minas Gerais, como também internacionais, já passaram pelo JUNTA.

    Thiago Alvim é artista, nascido em Ouro Preto, mora e trabalha em Belo Horizonte. Bacharel em Artes Plásticas pela Escola Guignard – UEMG, desenvolve trabalhos de intervenção urbana que dialogam intimamente com o suporte escolhido, criando uma relação direta com os espaços por onde passa. Além de suas obras expostas em ambientes externos, segue uma linha de pesquisa e produção em atelier, ambiente no qual outros suportes ganham formas onde o artista dança natureza, fantasia e texturas. Thiago é sócio fundador do JUNTA ao lado de Binho Barreto, Comum e Baba Jung.

    Comum é artista visual, formado pela Escola de Belas Artes da UFMG, vive e trabalha em Belo Horizonte. Seu trabalho é marcado pela linguagem urbana que utiliza em suas criações, que vão de gravuras a grandes murais. Nos últimos anos realizou grandes trabalhos como os painéis “O Vôo” para o CURA – Circuito Urbano de Arte (um stencil gigante de 65m de altura) e “Hip Hop BH – Muita História”, para a Prefeitura de Belo Horizonte, com 70m corridos. Comum é um dos sócios fundadores do JUNTA além de ser organizador da FLUXO – Galeria Urbana. Também já foi curador do projeto Telas Urbanas, pela Prefeitura de Belo Horizonte e membro da Comissão Julgadora do Mostras BDMG em 2017. Atualmente é bolsista do programa Bolsa Pampulha.

    Flaviana Lasan é professora, artista visual, produtora de campo e idealizadora do ateliê Gamela. Licenciada em artes visuais e pós-graduanda em Ensino de História e América Latina, seus principais estudos estão dirigidos à discussão relacionada às relações sociais opressivas, território e mercado, com ênfase nos temas de história, educação e arte. Além de oficinas sobre a arte produzida por mulheres na história, atualmente pesquisa metodologias de ensino de arte no MST. Atuou como produtora em diferentes equipamentos artísticos pelo Brasil; como professora em iniciativas privadas, públicas e independentes e com produção audiovisual de artistas de vários países. Emprega a curadoria ativista na idealização do ateliê Gamela e foi curadora convidada do Movimento Arte na Maternidade – MAM, de Belo Horizonte/MG. É curadora da  6ª  e 7ª edição do CURA – Circuito Urbano de Arte; e do JUNTA, mostra de arte contemporânea.

    Serviço

    O que é: JUNTA

    Quando: 30 de Abril, 1º, 7 e 8 de Maio

    Horário: 10h às 20h

    Onde: Casa Viva Lagoinha, localizada na rua Comendador Nohme Salomão, 118, no bairro Lagoinha

    Entrada: Gratuita e aberta ao público em geral

    Preço das obras: a partir de R$50